entranhas
depois do teatro o que me espera é descalçar os sapatos e olhar um écran morto e sobreviver enquanto tiro das janelas os botões da berguilha. penso e volto a pensar na dor que é a dor de barriga. talvez do nimed. talvez me doa a barriga por causa do nimed. ou não. hoje sei que a direita está pior que a esquerda, mas não sei a distância a que os dois estados se encontram do que seria o estado em que ambas estariam bem. quando vou ao teatro penso mais no que faria eu com as palavras na cena. penso mais do que noutros dias, os demais, em que não vou ao teatro. penso mais, como nos versos do Fernando em que se lê qualquer coisa como "quando chove e faz vento, parece que chove mais". ou seja, no meu caso quando penso e vou ao teatro, parece que penso mais. quão delicioso foi este momento de pura inspiração filosófica - vou ali vomitar. claro que já despi a roupa e vesti outra, é para isso que servem os pontos e as vírgulas: para respirar. quanto à dor de barriga, se não for o nimed podem ser os filhos mortos.
1 comentário:
Quanto mais se atira menos se acerta. O nimed ajuda, mas não resolve grande coisa.Teatro envolve quase sempre esforço em palco: heróis de outra "épopeia".
Gostei muito deste post.
1ª visita. Prometo ter mais atenção...
;)
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